A CNE rejeitou o pedido da Junta de Freguesia de Alvarães, em Viana do Castelo e a JSD sugere um boicote eleitoral que adie a votação por uma semana.
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A autarca de Alvarães, Cristina Jaques (PSD), disse à Lusa que contactou formalmente a Câmara e o Governo Civil de Viana do Castelo, no sentido de aferir da possibilidade de adiar as eleições, mas a resposta foi negativa.
«Disseram-nos que a coincidência das eleições com uma festa não era, legalmente, motivo para qualquer alteração. Resta-nos acatar e preparar o ato eleitoral, mas que é uma situação muito chata, lá isso é», acrescentou.
As eleições em Alvarães realizam-se normalmente na sede da Junta, situada em pleno centro da vila, que por altura da Festa dos Andores Floridos «fervilha de gente».
Por tradição, a festa realiza-se 40 dias a seguir à Páscoa, tendo o seu dia maior no domingo, precisamente o dia das eleições.
«Foi uma triste coincidência. Não podíamos alterar a data da festa porque os contratos já estavam fechados há muito. Mas é claro que o barulho das pessoas, dos foguetes e dos carrosséis torna impossível a realização do acto eleitoral na sede da Junta», acrescentou a autarca.
Assim, a solução foi transferir as mesas de voto para a escola da freguesia, «relativamente afastada do centro».
Entretanto, a JSD de Alvarães, em artigo publicado no boletim "JA", lembra que o boicote eleitoral é outra forma de provocar o adiamento de eleições.
«Este acontecimento [boicote] é bastante frequente como forma de protesto e, quando é realizado, normalmente o acto eleitoral é realizado uma semana mais tarde nesse local», refere o artigo, assinado por Jorge Neiva.
Para a JSD, a realização de eleições no dia da festa «traz um grande transtorno» à população local. Lembra que a maior parte dos jovens da terra também exerce um papel activo na realização da festa, nomeadamente, através da participação na procissão em que os andores floridos são levados em ombros.
Acrescenta que os membros das mesas de voto ficam impedidos de participarem na festa e adverte que a deslocação das urnas para uma zona mais afastada pode aumentar a abstenção.
À Lusa, Cristina Jaques disse desconhecer esta posição da JSD e a sugestão de boicote, apesar de o "JA" ter como director o número dois do seu executivo, Paulo Vieira, secretário da junta.
«Estamos a preparar o ato eleitoral com toda a normalidade», rematou a autarca.