O presidente da FIFA, Joseph Blatter, denunciou hoje um "ódio, vindo não apenas de uma pessoa da UEFA, mas de uma organização, a UEFA, que não entendeu" que em 1998 se tenha tornado presidente.
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Quanto questionado sobre Michel Platini, presidente da UEFA, que pediu a sua demissão, Joseph Blatter respondeu a uma cadeia de televisão suíça: "Eu perdoo a todos, mas não esqueço", acrescentando estar "chocado" com as acusações da justiça norte-americana que considera uma tentativa para "interferir com o congresso" no qual foi reeleito como presidente da FIFA.
Numa alusão a Interesses frustrados, Blatter lembra que os Estados Unidos perderam a candidatura ao Mundial de 2022 e os ingleses perderam a de 2018, e conclui que há uma campanha de "ódio" contra a FIFA, apontando o dedo aos líderes europeus do futebol.
Blatter suspeita ainda que a detenção dos sete dirigentes da FIFA, na quarta-feira, no âmbito do mandado anti-corrupção dos Estados Unidos, foi uma tentativa de "interferir com o congresso" no qual foi reeleito.
O Departamento de Justiça dos Estados Unidos indiciou na quarta-feira nove dirigentes ou ex-dirigentes e cinco parceiros da FIFA, acusando-os de associação criminosa e corrupção nos últimos 24 anos, num caso em que estarão em causa subornos no valor de 151 milhões de dólares (quase 140 milhões de euros).
Entre os acusados estão dois vice-presidentes da FIFA, o uruguaio Eugenio Figueredo e Jeffrey Webb, das Ilhas Caimão e que é também presidente da CONCACAF (Confederação de Futebol da América do Norte, Central e Caraíbas), assim como o paraguaio Nicolás Leoz, ex-presidente da Confederação da América do Sul (Conmebol).
Dos restantes dirigentes indiciados fazem parte o brasileiro José María Marín, membro do comité da FIFA para os Jogos Olímpicos Rio2016, o costarriquenho Eduardo Li, Jack Warner, de Trinidad e Tobago, o nicaraguense Júlio Rocha, o venezuelano Rafael Esquivel e Costas Takkas, das Ilhas Caimão.
A FIFA suspendeu provisoriamente 11 pessoas de toda a atividade ligada ao futebol: os nove dirigentes ou ex-dirigentes indiciados e ainda Daryll Warner, filho de Jack Warner, e Chuck Blazer, antigo homem forte do futebol dos Estados Unidos, ex-membro do Comité Executivo da FIFA e alegado informador da procuradoria norte-americana, que já esteve suspenso por fraude.