O secretário-geral da UGT lembrou, esta quarta-feira, que o aumento dos dias de férias em Portugal foi decidido por um ministro e não por sindicatos e acusou Angela Merkel de ignorância.
Confrontado com o facto de a chanceler alemã ter exigido menos férias e o aumento da idade da reforma em países como Portugal, João Proença admitiu que essa questão possa ser levada à concertação social, mas lembrou que a medida de aumentar os dias de férias de 22 para 25 foi decidida pelo ministro Bagão Félix, em 2003.
O sindicalista frisou ainda que, apesar do número de dias de férias e de feriados, Portugal é o segundo país da União Europeia, a seguir à Inglaterra, com mais horas de «trabalho efectivo» por ano, ultrapassando a Alemanha.
Disse também que Angela Merkel demonstrou «profunda ignorância» quanto à realidade portuguesa ao defender estas duas ideias.
Quanto à idade da reforma, João Proença lembrou que foi realizada uma «reforma profunda do sistema de Segurança Social» e que quem queira valorizar a sua reforma pode trabalhar para além dos 65 anos.
Portugal tem hoje uma idade de reforma efectiva superior à da Alemanha, referiu.
Na óptica do líder da UGT, a chanceler alemã devia «analisar» a realidade da «economia clandestina» que atinge os 25 por cento ou mais no sul da Europa.