
Carlos Zorrinho
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O anúncio foi feito pelo líder parlamentar do PS, que adiantou as razões que levaram os deputados socialistas a mudarem de voto perante a proposta da maioria quanto aos cortes nos subsídios.
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Foi o espanto socialista que levou à mudança do sentido nas propostas da maioria sobre o corte de subsídios, de voto a favor para um voto contra e uma abstenção.
O líder parlamentar do PS, Carlos Zorrinho, disse que nos contactos que manteve com o Governo, e que até aqui o PS desmentiu, avisa sinais de que a proposta a apresentar pela maioria seria bem diferente, para melhor, do que aquela que acabou por ser apresentada.
«Na última reunião de troca de informação que houve entre o líder da bancada e o Governo, ficou demonstrada a dificuldade do Governo em votar a proposta do PS, de devolver uma pensão e um subsídio, mas também ficou demonstrado que era possível ir muito mais longe na modelação», destacou.
Para Carlos Zorrinho, aplicando-se as compensações apresentadas pelo PS em termos de receita, era possível não abranger nos cortes integrais dos dois subsídios trabalhadores do sector público e pensionistas com rendimentos abaixo dos 1500 euros.
Na proposta aprovada na especialidade, a maioria PSD/CDS apenas aceitou alterar de 1000 para 1100 euros a fasquia a partir da qual se aplicam os cortes integrais dos dois subsídios.
Mas Zorrinho adiantou ainda que, se as propostas de compensação de receita apresentadas pelo PS fossem aceites pela maioria PSD/CDS, o Governo tinha margem para poupar a cortes de subsídios todos os funcionários públicos e pensionistas com rendimentos inferiores a 700 euros, em vez dos actuais 600 euros.
Daí a surpresa do PS, e a mudança no voto. «A surpresa que nós tivemos ao verificar que dois dias e meio depois [na segunda-feira], sem nenhum contacto, a proposta concreta [da maioria PSD/CDS] era muito diferente daquela que nos parecia ter sido possível, fez com que o PS mudasse o seu sentido de voto», explicou.