Nos primeiros dois meses do ano mais sete mil portugueses inscreveram-se na rede europeia de serviços de emprego. A maioria dos candidatos é jovem e tem ensino superior.
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São cada vez mais os portugueses que procuram trabalhar no estrangeiro. O Instituto de Emprego e Formação Profissional (IEFP) recebe cada vez mais candidaturas e só nos primeiros meses do ano inscreveram-se mais 7 mil portugueses no site da rede europeia de serviços de emprego.
No total são já 55.542 os portugueses inscritos nesta rede que ajuda quem quer trabalhar no Espaço Económico Europeu. No ano passado, eram apenas 36.637 em Maio e 48.695 em Dezembro. Portugal é por esta altura o quarto país com mais candidaturas.
Para além da inscrição e apresentação do currículo no site da rede europeia, outro caminho para quem tenta sair do país passa por manifestar esse interesse em Portugal junto do IEFP que também reúne uma série de propostas de emprego lá fora e colabora com outros centros de emprego.
A maioria das ofertas vindas do estrangeiro e disponíveis no IEFP vêm da Alemanha, Reino Unido e países nórdicos (Suécia, Finlândia e Noruega), mas também há trabalhos no Brasil, Angola e Argélia.
As profissões mais procuradas são engenheiros de sistemas e programadores, cozinheiros e ajudantes de cozinha, chefes de mesa, empregados de mesa e barman, engenheiros mecânicos e técnicos de mecânica, vendedores, especialistas na área da informática, chefes de vendas e marketing, soldadores e maçariqueiros.
Alice Brandão, directora dos serviços de colocação do IEFP, confirma que há cada vez mais portugueses interessados em trabalhar fora do país e encontrar empregos no estrangeiro é uma prioridade do instituto. O objectivo, explica, «não é promover a emigração mas permitir aos trabalhadores agarrar um projecto e trabalhar fora de Portugal de forma segura e estruturada».
Em Fevereiro, o IEFP tinha quase 29 mil inscritos que manifestaram interesse em trabalhar no estrangeiro, mais 23% do que em igual mês do ano passado.
Alice Brandão explica que alguns trabalhadores procuram um novo desafio, mas outros foram atingidos pela crise. Um estudo feito pelo IEFP revelou que um terço tinha como principal motivação as questões económicas.
Perto de 45 por cento dos portugueses que querem emigrar são jovens, têm entre 25 e 34 anos. Cerca de 34 por cento tem o ensino superior e 27,6 por cento o ensino secundário.
Em época de crise, emigrar é uma tentação, mas o IEFP pede cuidado com os riscos: quando partem, os trabalhadores já devem ter o contrato assinado.