Portugal está abaixo da média em quase todos os indicadores que definem qualidade de vida. A OCDE aponta grandes desigualdades sociais.
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Portugal surge abaixo da média dos países desenvolvidos em quase todos os indicadores que, segundo a OCDE, afectam o bem-estar das pessoas.
Um estudo divulgado esta terça-feira sobre qualidade de vida diz que Portugal fez «progressos significativos» nas últimas décadas, numa melhoria que foi travada pela crise financeira global.
Na actualização deste ano do chamado Better Life Index, os especialistas da OCDE revelam novos índices sobre as desigualdades, área onde Portugal surge muito mal classificado.
Segundo este estudo, os portugueses mais ricos têm uma saúde muito melhor do que os portugueses mais pobres e os especialistas revelam que Portugal é o país desenvolvido onde as desigualdades económicas mais parecem afectar a saúde.
As contas da OCDE têm por base um inquérito de 2010, quando 66 por cento dos 20 por cento mais ricos diziam ter uma saúde boa ou muito boa, numa percentagem que desce para os 33 por cento entre os 20 por cento mais pobres, numa diferença sem igual nos 34 países desenvolvidos que pertencem à OCDE.
As grandes diferenças entre ricos e pobres são uma marca portuguesa e também surgimos ao lado dos países com maiores desigualdades de rendimentos.
Portugal fica ligeiramente abaixo da média ou no fundo da maioria dos indicadores, ficando a meio dos rankings da habitação, do ambiente, da segurança e do equilíbrio entre a vida familiar e o trabalho.
As posições nacionais pioram quando se olha para os rendimentos, a vida comunitária e os empregos, resultados negativos que se agravam quando o tema é a formação escolar ou a satisfação global que dizemos ter com a vida.