
António José Seguro
Jornal do Ribatejo
O líder do PS questionou hoje, em Santarém, como podem os contribuintes pagar a alguém que não conhece a realidade do país e defende o corte de salários, referindo-se às palavras de António Borges. Seguro comentou também a situação em Espanha, mostrando preocupação.
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Durante uma visita à Feira Nacional da Agricultura, que decorre em Santarém até ao próximo domingo, o secretário-geral socialista comentou as declarações do consultor do Governo para as privatizações, António Borges.
António José Seguro diz que cabe ao Governo decidir o que fazer, mas o líder do PS não entende como podem os contribuintes pagar a alguém que defende corte de salários.
«Eu acho que só pode defender baixas de salários em Portugal quem não conhece o país ou quem tem salários elevadíssimos e não sabe com que salários é que os portugueses vivem em Portugal. Não compreendo [também] como é que dinheiro dos contribuintes vai para o bolso desse senhor [António Borges]», criticou.
Questionado sobre se António Borges devia ser demitido, o líder socialista respondeu que «essa é uma responsabilidade do senhor primeiro-ministro».
António José Seguro comentou ainda a situação espanhola, não escondendo a sua apreensão.
«Acompanho a situação com muita, muita preocupação porque à instabilidade política, pelo menos até 17 de junho, na Grécia, soma-se esta instabilidade no sistema financeiro em Espanha, e na minha opinião o governo espanhol não tem estado a agir da melhor maneira. Desse ponto de vista preocupa-me porque cerca de 1/4 das exportações portuguesas são para Espanha, portanto há uma relação muito direta entre a nossa economia e a espanhola», destacou.
«Portanto o que desejo é que a Europa ao fim de quatro anos de aplicar uma receita da senhora Merkel, que tem como melhor aluno do doutor Pedro Passos Coelho, possa corrigir o tiro já no Conselho Europeu de junho», comentou António José Seguro.