Nuno Santos demitiu-se esta quarta-feira do cargo de director de informação da televisão pública, posto que ocupava deste março de 2011. Esta informação já foi confirmada pelo próprio à Lusa.
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Em março de 2011, Nuno Santos abandonou o cargo de director de programas da SIC para regressar à RTP, para suceder a José Alberto Carvalho como director de Informação.
Numa nota hoje enviada à redação da RTP, a que Lusa teve acesso, o diretor de informação demissionário da estação pública diz que a decisão de se demitir do cargo «é irreversível».
Nuno Santos explica que, nos últimos dias, se reuniu com o Conselho de Redação e com a Comissão de Trabalhadores, tendo prestado «todos os esclarecimentos» que lhe foram pedidos sobre «uma hipotética entrega a entidades externas à RTP de imagens não exibidas (vulgarmente denominadas como "brutos") dos incidentes do passado dia 14 de novembro em frente ao Parlamento».
«Nessas reuniões garanti - e reafirmo de forma categórica - que nenhuma imagem saiu das instalações da RTP. Respondi de forma clara a todas as questões e apresentei um conjunto de factos complementares entendidos e aceites pelas partes que deram o assunto como encerrado», lê-se na mesma nota.
Nuno Santos refere ainda que, «durante todo o processo», manteve informado, «com detalhe», o diretor-geral de conteúdos da RTP, Luís Marinho.
Para o diretor de informação demissionário, «este processo abalou a relação de confiança com o conselho de administração», entidade a quem expressou «profunda discordância com o clima de suspeição instalado antes mesmo da abertura de qualquer processo de inquérito».
«Na minha condição de diretor de informação, não tive qualquer intervenção direta nem autorizei de forma expressa ou velada a cópia de quaisquer imagens», reiterou.
«No entanto, e como líder da equipa, entendo que, se não existe confiança na Direção de Informação, devo assumir por inteiro as minhas responsabilidades», justificou o jornalista, na nota dirigida por email à redação da RTP, em que escreve também que «este é talvez um dos [momentos] mais delicados de sempre» que o canal público enfrenta.
O jornalista garante que deixa o cargo de «consciência tranquila» e porque é sua «convicção» que é essa «a solução que permitirá à Direção de Informação da RTP abrir um período de reflexão e fazer emergir uma nova liderança».
Notícia atualizada às 22h20