
O presidente da Comissão Europeia acredita que está «essencialmente» ultrapassada a ameaça sobre o euro. Mas Barroso avisa que é preciso manter o controlo dos défices.
Para o presidente da Comissão, que falava na conferência que assinala os 40 anos do jornal Expresso, Portugal foi um dos países que ajudou a afastar a ameaça sobre o euro, ao adotar uma política de reformas e de consolidação.
Barroso admite que «há acidentes que podem produzir-se», para dizer que o cenário de crise não está completamente afastado, mas mostrou-se optimista quanto ao futuro da moeda única.
O presidente da Comissão Europeia disse ainda que a União Europeia (UE) «não é a causa da crise», que se deveu a «comportamentos irresponsáveis» no sistema financeiro, mas também «não é o problema, é parte da solução».
Durão Barroso, que proferiu o discurso de abertura da conferência que marca os 40 anos do semanário Expresso, que hoje decorre no Centro Cultural de Belém, em Lisboa, sublinhou que «a crise financeira não foi criada pela União Europeia», mas deveu-se a «comportamentos irresponsáveis» no sistema financeiro.
Agora que a crise se instalou, a união política da Europa «é uma condição indispensável para manter e aprofundar a união económica e monetária», defendeu.
A crise é também «uma oportunidade», afiançou, dirigindo-se concretamente aos portugueses, para lhes dizer que «só eles» saberão que «resposta» querem dar.
Lamentando que o debate político em Portugal esteja «muito concentrado no curto prazo», não refletindo «as oportunidades que a crise abre», Barroso defendeu que é preciso «ultrapassar o conservadorismo estrutural» e «reformar» o país.
«Temos de ser europeus para todas as estações e não apenas quando está bom tempo», afirmou, apelando a Estados, elites e cidadãos para que apoiem o projeto europeu.