
É um sinal da profunda crise no setor da construção. No ano passado o consumo de cimento teve a maior quebra desde 1973.
A indústria da construção e obras públicas está a viver um período negro que os números do consumo de cimento ilustram com clareza, em virtude da quebra em Portugal de 27 por cento em comparação com 2011.
Em declarações à TSF, o presidente da Federação Portuguesa da Indústria da Construção e Obras Públicas considerou que estes números são «historicamente um recorde negativo de atividade para o setor da construção».
Ricardo Pedrosa Gomes acredita que este poderá mesmo nem ser o «ponto mais baixo da curva», uma vez que é provável que até meio do ano surgem «indicadores ainda mais negativos da atividade da construção».
«É o resultado prático de uma situação de completa ausência de procura, que desapareceu completamente. Não há investimento privado nem investimento público», lembrou.
Ricardo Pedrosa Gomes alertou ainda para outros dados que mostram a situação precária do setor desde o número de desempregados que já ultrapassa os 100 mil trabalhadores passando pela quebra de 90 por cento na construção de casas novas.
O número de desempregados na construção e obras públicas já representa 16 por cento do total de desempregados inscritos nos centros de emprego.