Um estudo inédito do INE revela que falta de trabalho e queda das remunerações fez descer bem estar. Mas há melhorias noutras áreas.
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Um estudo do Instituto Nacional de Estatística conclui que piorou «ligeiramente», no ano passado, o bem estar dos portugueses. Os resultados constam de um trabalho hoje apresentado e que desenvolveu, pela primeira vez, um índice de bem estar.
Os resultados revelam que 2012 teve a primeira descida desse índice nos últimos 8 anos. A quebra foi essencialmente motivada pela diminuição daquilo a que os técnicos chamam condições materiais de vida.
Globalmente, o estudo revela que o país não está pior em todas as áreas, mas há, de facto, algumas onde estamos realmente muito pior do que no passado.
A descida de 2012 neste índice de bem estar aconteceu em grande parte por causa da quebra acentuada no domínio "Trabalho e Remuneração" que se tem agravado sempre, todos os anos, desde 2004. A culpa é do aumento do desemprego, mas também do chamado subemprego e do crescente medo de perder o trabalho.
O bem estar económico também caiu nos últimos 2 anos e é muito maior a chamada vulnerabilidade económica por causa do endividamento, da falta de trabalho e das crescentes dificuldades em pagar as contas.
Seguindo a ideia de que a vida não é só dinheiro e ordenados, há outros factores que segundo os técnicos do INE também influenciam o bem estar das pessoas.
É isso que segundo este estudo justifica que os portugueses estejam claramente piores do que no passado nas "condições materiais de vida", mas não se tenha agravado aquilo que compõe, para o INE, aquilo que é qualificado como qualidade de vida.
As melhorias mais salientes aconteceram, nos últimos anos, na área do ambiente, mas também da educação e das competências. Apesar da crise, aumentaram os portugueses com ensino superior e diminuíram aqueles que abandonam precocemente o sistema de ensino.