
Pêra Rocha
Global Imagens/Diana Quintela
A colheita da pêra rocha está concluída e a da maçã está a decorrer. No entanto, os produtores garantem que os efeitos do embargo russo já se notam e que, pela primeira vez, podem não conseguir escoar a produção.
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A pêra rocha já está toda armazenada, mas o presidente da Federação das Organizações de Produtores de Frutas, Domingos dos Santos, diz que as dificuldades para encontrar compradores já se notam e teme que surja este ano uma nova realidade.
«Corremos o risco de não conseguir vender as nossas pêras e maçãs todas até ao fim da campanha, o que é inédito», sublinha.
O facto de não haver exportações europeias de vários produtos agrícolas para a Rússia está a saturar outros mercados e a fazer com que os preços baixem. De um momento para o outro, há um excesso de oferta em relação à procura. Domingos dos Santos dá o mercado brasileiro como exemplo.
«O principal destino da pêra rocha é o Brasil. E o que nós verificamos é oferta de maçã da Polónia, pêras de Itália, da Bélgica, da Holanda, que não era normal aparecerem nestes mercados. Neste momento dá-se um grande desequilíbrio entre o aumento da oferta e a procura», explica Domingos dos Santos.
No início de setembro, a ministra da Agricultura calculou em 15 milhões de euros o impacto a nível nacional em produtos que não podem ser exportados. Domingos dos Santos diz que o número será seguramente superior.
Para fazer frente ao problema, os produtores de frutas e hortícolas reclamam medidas urgentes de Bruxelas. Dizem que os 500 mil euros de apoios recentemente anunciados servem de pouco.