
Thomas Piketty
Reuters/Charles Platiau
Thomas Piketty justificou a decisão dizendo que «não cabe ao Governo decidir quem é honorável» e que o Executivo faria melhor em concentrar-se no relançamento da economia.
O influente economista francês Thomas Piketty, autor de «O Capital no Século XXI», recusou hoje a mais alta distinção de França, a Legião de Honra, com críticas ao Governo socialista no poder.
«Acabei de saber que fui nomeado para a 'Légion d'Honneur'. Recuso esta nomeação porque penso que não cabe ao Governo decidir quem é honorável», disse Piketty numa declaração enviada à agência France Presse.
«Faziam melhor em concentrar-se no relançamento do crescimento [económico] em França e na Europa», acrescentou o economista, que em tempos foi próximo do Partido Socialista francês mas se distanciou das políticas do Presidente François Hollande.
Piketty consta da lista divulgada hoje de nomeados para a prestigiada distinção, a par do economista Jean Tirole, Nobel da Economia em 2014, e do Nobel da Literatura de 2014 Patrick Modiano.
Thomas Piketty tornou-se conhecido internacionalmente com o livro «O Capital no Século XXI», sobre a desigualdade económica, que vendeu cerca de 1,5 milhões de exemplares.
Traduzido em várias línguas, o livro foi sobretudo um êxito de vendas nos Estados Unidos, onde Piketty foi convidado a reunir-se com conselheiros do Presidente Barack Obama.
Ao recusar o galardão, o economista junta-se a personalidades como Claude Monet, Albert Camus, ou Simone de Beauvoir, que também recusaram receber honras do estado francês.