Chama-se Caulerpa toxifolia e já domina as águas do Mediterrâneo, onde destrói o turismo, a fauna e a flora e as reservas de peixe. É uma alga criada em laboratório e que foi agora vista na Califórnia. Os cientistas garantem que é «muito perigosa» e que pode destruir ecossistemas inteiros.
Parece uma carpete de verde vibrante, à deriva nas correntes marítimas, mas os biólogos chamam-lhe um invasor, um assassino que asfixia a flora marinha, ataca ao acaso com as populações de peixes e causa devastação ecológica nas comunidades costeiras.
A alga, de nome científico Caulerpa taxifolia, já derrotou os esforços de controlo da França, Espanha, Mónaco e Itália, espalhando-se pelo Mediterrâneo, e foi agora avistada nas costas da Califórnia, lançando o alerta entre ambientalistas e oceanógrafos, que vigiam as ameaças na delicada ecologia da região.
«Em termos de danos potenciais, esta espécie é um problema muito, muito sério. Ataca e afecta tudo o que está normalmente baseado no fundo do mar e torna-se a única espécie a dominar o habitat», explica Robert Hoffman do Serviço Nacional de Pesca Marinha.
Os biólogos marinhos identificaram a primeira amostra de Caulerpa nos Estados Unidos há algumas semanas, a norte de San Diego.
Os cientistas garantem que a invasão registada é um caso isolado e sublinham que não há indicação que a alga se tenham reproduzido para a costa.
Os biólogos marinhos temem que seja apenas uma questão de tempo até que a resistente alga, tomem conta das águas costeiras e destruam o ecossistemas marítimos.
A Caulerpa taxifolia foi criada em laboratório originalmente para decorar aquários de alga salgada. Uma espécie mais resistente foi clonada no Aquário de Estugarda e fornecida aos aquários da França e do Mónaco.
Em 1984, uma dessas plantas terá escapado do Museu Oceanoográfico do Mónaco para o Mediterrâneo. Nas águas quentes a Caulerpa desenvolveu-se e tornou-se numa verdadeira praga.
Hoje, a Caulerpa domina o Mediterrâneo e é responsável por danos no turismo, no mergulho desportivo, no crescimento anormal da flora marinha e na destruição da fauna e na pesca local.
A Caulerpa original poderá ter parecido frágil e decorativa, mas o seu clone europeu provou ser uma praga duradoura e destrutiva, conseguindo espalhar-se por todo o Mediterrâneo.
Embora seja inofensiva para os seres humanos, a alga contém uma toxina que pode interferir com os ovos de animais marinhos e pode sobreviver mais de 10 dias sem água.