O presidente do Benfica, Vale e Azevedo, justificou hoje, na SIC, a rescisão do clube com João Vieira Pinto afirmando que o jogador não estava a ter o rendimento adequado ao ordenado que recebia.
O presidente do Benfica, João Vale e Azevedo, assumiu hoje que a decisão de rescindir o contrato com João Vieira Pinto pertenceu ao conselho de Administração da SAD benfiquista.
O presidente do clube disse que essa decisão foi ponderada em conjunto com a equipa técnica, mas coube à administração da SAD a palavra final.
Vale e Azevedo não pôs em causa a qualidade de João Vieira Pinto como jogador. «É um jogador de classe», disse, «mas não estava a ter um rendimento de acordo com o ordenado que recebia».
O presidente do Benfica sublinhou que «João Pinto apenas marcou três golos esta época», o que não justifica a relação «entre rendimento e preço», que considerou demasiado elevada.
Para o presidente do clube da Luz, a saída do internacional português da Luz tratou-se de assumir uma decisão racional e não de decidir emocionalmente.
«Se o João Pinto tivesse decidido emocionalmente teria querido ficar no clube. Mas, racionalmente, compreendeu os motivos do Benfica. Foi uma rescisão de mútuo acordo», realçou.
Interrogado sobre as razões do «timing» escolhido para anunciar a rescisão, Vale e Azevedo afirmou que o momento foi escolhido pelo jogador que «não quis ficar com as pernas cortadas».
O responsável máximo pelo Benfica adiantou ainda que «foi o empresário de João Pinto quem nos ligou, sábado à noite, a pedir para a rescisão ser feita domingo, às 11 da manhã».
Vale e Azevedo insistiu em afirmar que o Benfica ganhou 1,795 milhões de contos com a rescisão e adiantou que o clube recebeu propostas de dois clubes que pretendiam contratar João Vieira Pinto.
Porém, qualquer um desses clubes exigiu ao Benfica o pagamento de 850 mil contos, num caso e 450 mil, no outro.
O presidente do clube comentou também os protestos dos sócios. «Até fico contente com este tipo de acções. Elas provam que os adeptos vivem o clube».
O dirigente do Benfica esclareceu igualmente as razões porque não compareceu, hoje, na cerimónia de assinatura dos contratos-programas entre o Governo e os clubes, visando a construção dos novos estádios para o Euro 2004.
«Foi incorrecto do Governo ter mandado o contrato com cinco dias de antecedência como um facto consumado, sem permitir ao clube contestar ou apresentar qualquer sugestão sobre qualquer cláusula do contrato», justificou Vale e Azevedo.
«Queremos a verba a que o Governo se comprometeu desde o início, que é 25 por cento do custo efectivo da obra», referiu, adiantando que o Benfica não tem «o orçamento defintivo em relação à obra mais complexa, que é a da cobertura. O que exigimos ao Governo é que haja rigor e coerência e o rigor é paguem 25 por cento da obra», concluiu.