A SIC pagou dez mil contos ao antigo secretário de Estado da Juventude António José Seguro, por uma falsa notícia destinada a publicitar um concurso que pôs em causa a sua idoneidade.
A SIC pagou dez mil contos ao antigo secretário de Estado da Juventude António José Seguro, por uma falsa notícia destinada a publicitar um concurso que pôs em causa a sua idoneidade, confirmou hoje à agência Lusa aquele político, agora eurodeputado.
Em comunicado distribuído à Imprensa, António José Seguro, faz votos para que a condenação «sirva de exemplo». Cita o texto da sentença para lembrar que «a aldeia global em que vivemos traz especiais obrigações a quem usa os meios de comunicação, em particular a televisão, que é vista por milhares de pessoas com diversos graus de cultura e de modo diferente».
O caso remonta a Fevereiro de 1997, quando a SIC, no âmbito de uma operação publicitária para promover o programa «A Cadeira do Poder», interrompeu a emissão para «noticiar» que um veículo da Secretaria de Estado da Juventude caíra ao Rio Tejo e que o condutor e a sua acompanhante se tinham afastado do local do acidente, furtando-se a todos os contactos, nomeadamente com a polícia.
«A esta "notícia", seguiram-se outras que reforçam os factos anteriormente referidos e que, de idêntico modo, sugeriam ao telespectador o abuso do álcool como causa do acidente e o abandono da acompanhante em coma num Hospital, «fugindo» pelas traseiras», recorda o comunicado divulgado por António José Seguro.
Em tribunal, na tentativa de conciliação, a SIC recusou-se a emitir um texto em «que deveria descrever o sucedido, apresentar desculpas e divulgar que se encerrou o assunto», acabando por ser condenada. Recorreu para o Tribunal da Relação e depois para o Supremo Tribunal de Justiça que confirmaram o veredicto.
A Agência Lusa tentou obter um comentário da SIC, hoje, mas não havia um responsável disponível.