Max Stahl, o jornalista que filmou e divulgou ao mundo o massacre de Santa Cruz, continua em Timor-Leste a contribuir com o que pode para que o sacrifício feito pelos timorenses durante anos tenha um «resultado positivo».
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Habituado aos complicados palcos de crises na América Latina, Médio Oriente e da antiga União Soviética, Max Stahl diz que «Timor-Leste foi mais que os outros».
«Para mim, Timor-Leste foi mais do que outros, porque tive um momento aqui muito importante na minha vida e na vida da nação», afirmou em declarações à agência Lusa, lembrando o massacre de Santa Cruz, há 20 anos em Díli.
«A maioria dos jornalistas não tem muita oportunidade na vida para influir, para ter algum impacto e o impacto não é necessariamente positivo, mas isso é um privilégio e uma responsabilidade», diz o também realizador.
Vinte anos depois do massacre que testemunhou, Max Stahl dirige em Díli um centro de audiovisual, onde procura arquivar as imagens da independência e do crescimento da nação que referendou o seu estatuto político em 1999 e restaurou a independência em 20 de maio de 2002.
«Sinto que tenho a responsabilidade de dar aos timorenses o que posso dar e contribuir com o que posso contribuir para que o sacrifício que eu testemunhei e o sacrifício que tantos timorenses fizeram possa ter algum resultado positivo para o futuro, por isso estou aqui», justifica.
No final da entrevista concedida à agência Lusa, o jornalista lembra que a «história de Timor-Leste vai continuar depois da saída das Nações Unidas (prevista para o final de 2012) e mesmo depois do final das nossas vidas».
«Aí se conhecerá o sacrifício feito pela independência».