Num protesto contra o corte nos salários, a redução das pensões sociais e as alterações à idade da reforma, os sindicatos belgas prometem a paralisação do país na greve geral desta segunda-feira, dia de cimeira europeia em Bruxelas.
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Os transportes públicos, os aeroportos, as grandes empresas, lojas e escolas estão paradas ou a meio gás.
Numa entrevista aos leitores do jornal Le Soir, o secretário-geral da Confederação dos Sindicatos Cristãos, Claude Rolin, avisou que o protesto não ficará por aqui.
«Decidimos realizar um dia europeu de luta a 29 de Fevereiro. Vai ter lugar simultaneamente em todos os países europeus», avançou.
O sindicalista esclareceu que a paralisação tem ainda como pretexto chamar a atenção para a forma como os lideres europeus estão a resolver a crise.
«Esta é uma crise do capitalismo financeiro, foi ele quem nos levou ao interior da muralha de uma crise de onde não se pode sair, e agora a Europa está a impor-nos uma solução através da austeridade. É uma solução muito ruim. Por exemplo, a Organização Internacional do Trabalho afirmou claramente que os planos de austeridade que são aplicados na Europa são muito maus», criticou.
A paralisação desta segunda feira, vincou, «é claramente uma greve por outro modelo de crescimento, rico em emprego e em crescimento sustentável».
Claude Rolin mostrou-se preocupado com a falta de empregos para os mais novos, mas fez saber que não espera grande soluções.
«De qualquer forma, apelo claramente ao conjunto dos responsáveis políticos e também aos empregadores para que encontrem um diálogo verdadeiro para ver como podemos traçar o futuro dos jovens para que amanhã eles tenham um emprego a sério, um emprego que lhes permita viver decentemente», apelou.
O crescimento e o emprego é o tema da cimeira dos lideres europeus que esta segunda-feira se reúnem em Bruxelas, tendo como pano de fundo o desemprego juvenil que afecta um em casa quatro jovens europeus.