A Rússia e China vetaram, pela segunda vez, uma resolução do Conselho de Segurança condenando a violência na Síria e apoiando a iniciativa política da Liga Árabe para o país.
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O projecto de resolução, apresentado por Marrocos e apoiado pelo bloco ocidental do Conselho de Segurança, incluindo Portugal, recebeu 13 votos a favor, e dois contra, dos dois membros permanentes do Conselho de Segurança, que têm poder de veto.
Rússia e China já tinham vetado em outubro do ano passado uma resolução do Conselho de Segurança sobre a Síria, apresentada pelos países ocidentais.
O veto deste sábado seguiu-se a uma manhã de consultas no Conselho de Segurança, em torno de alterações de última hora propostas pela Rússia.
A última versão da resolução foi rectificada ao longo da semana passada no Conselho de Segurança após negociações entre os 15 países-membros, tendo sido retiradas referências à perda de poderes pelo presidente sírio, que a Rússia rejeitava.
Oferecia «apoio total» à iniciativa, de 22 de Janeiro, sobre a Síria, para «facilitar uma transição política que leve a um sistema político democrático e plural, no qual os cidadãos são iguais independentemente da sua afiliação, etnia ou crença, incluindo pelo começo de um diálogo político sério» entre o regime de Bashar Al-Assad e a oposição síria.
Inicialmente, a resolução explicitava que a iniciativa árabe tinha como objetivo a formação de um governo de unidade nacional, através da delegação da «total autoridade» de Assad ao seu vice-presidente num «período de transição», culminando em eleições «livres e justas» sob supervisão árabe e internacional.
Uma das propostas da Rússia era substituir a expressão «apoio total» à iniciativa árabe por «leva em conta».
Outra referência retirada do texto anterior foi a de «grave preocupação com a transferência contínua de armas para a Síria», de que a Rússia tem sido acusada.