Milhares de pessoas concentram-se hoje em 60 cidades espanholas para protestar contra a reforma laboral e o que dizem ser um ataque do Governo aos serviços públicos.
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Pouco depois das 12:00, iniciava-se a marcha em Madrid, desde a Praça de Neptuno, encabeçada pelos secretários-gerais da Confederação Sindical das Comissões Operárias(CCOO), Ignacio Fernández Toxo, e da União Geral dos Trabalhadores (UGT) de Espanha, Cándido Méndez, que alertaram que a reforma vai levar a uma «regressão social».
«Não à reforma laboral inútil e ineficaz. Defende os teus direitos e os serviços públicos», lê-se num dos cartazes, de acordo com a agencia espanhola EFE.
Já em Barcelona, milhares de pessoas atravessam o centro da cidade, num protesto que decorre em ambiente festivo e reivindicativo, invocando o lema «Nem reforma laboral, nem cortes», «Resistir às reformas do PP», «Chamam-lhe crise, mas é capitalismo».
A convocação do protesto lançou a polémica pelo facto de as manifestações coincidirem com o aniversário dos atentados de 2004, em Madrid.
Jorge Fernández Díaz, ministro do Interior, expressou o descontentamento do Governo, considerando «falta de respeito e sensibilidade» dos sindicatos pela decisão de convocar protestos para um dia que deveria ser de homenagem e recordação das vítimas do pior atentado da história de Espanha.
Os atentados, em comboios da hora de ponta da manhã em Madrid, no dia 11 de março de 2004 causaram 192 mortos e mais de 2.000 feridos.
Os responsáveis das duas maiores centrais sindicais espanholas defenderam na passada sexta-feira a convocatória de uma greve geral para 29 de março em contestação à reforma laboral «mais regressiva da história».
«Já não se pode afirmar que esta reforma laboral venha a gerar emprego. É a reforma laboral mais regressiva da história da democracia em Espanha», afirmou Fernández Toxo, secretário-geral das CCOO, criticando o executivo espanhol por não ter dialogado com os sindicatos.
Os dois líderes sindicais apresentaram, em conferência de imprensa conjunta, a convocatória da greve geral.