O ministro francês do Orçamento, Jérôme Cahuzac, reconheceu hoje que os ajustes, seja na forma de novos impostos ou cortes na despesa, têm um efeito recessivo a curto prazo, pelo que não será aplicada mais austeridade este ano.
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«Tendo em conta a debilidade da conjuntura atual, está afastada a hipótese de pedir novos esforços aos franceses em 2013», sublinhou Cahuzac, numa entrevista publicada hoje no "Le Journal du Dimanche".
O ministro constatou ainda que «a recuperação das contas públicas com impostos ou poupanças têm sempre consequências recessivas a curto prazo», sendo que «para o médio prazo, favorecerá o crescimento».
O governante frisou que a meta do Governo francês é cumprir em 2014 a regra europeia segundo a qual o défice não deve exceder os 3% do Produto Interno Bruto (PIB).
O objetivo dos 3% esteve inicialmente fixado pelo Governo francês para este ano, mas o executivo decidiu abandoná-lo oficialmente em finais de fevereiro, face às perspetivas económicas desfavoráveis, confirmadas pela Comissão Europeia.
O titular da pasta do Orçamento salientou ainda que o presidente, François Hollande, mantém o objetivo de alcançar o "défice zero" no final do seu mandato em 2017 e isso «não é para dar para um gosto à Comissão Europeia ou às agências de notação financeira, mas apenas para recuperar a soberania francesa, alienada pelos mercados nos últimos anos».