Polícia angolana confirma detenção de 12 pessoas, organização de manifestação fala em 18

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A polícia angolana anunciou ter detido 12 pessoas na frustrada concentração antigovernamental marcada para hoje em Luanda, mas a organização continua a falar em 18 e confirmou à agência Lusa que foram já todos libertados.
O anúncio policial foi feito pelo superintendente Orlando Bernardo, que leu ao princípio da noite um comunicado de imprensa, com quatro parágrafos.
A Polícia Nacional alega ter recebido do Governo Provincial a notificação de ilegalidade de uma manifestação, convocada por um grupo de jovens do autodenominado Movimento Revolucionário (MR).
No documento, a polícia salienta a tentativa de «um ajuntamento de cidadãos defronte ao cemitério de Santa Ana, com pretensão de levar avante a referida manifestação», causando «constrangimentos e indignação» a quem se preparava para os funerais agendados e «alterando substancialmente a ordem pública».
«Para repor a ordem de direito e da lei, a polícia encaminhou 12 cidadãos às esquadras para a respetiva identificação», refere o comunicado, destacando que na «revista e identificação» foram apreendidas cinco bisnagas com uma substância.
A substância em causa foi analisada no Laboratório Central de Criminalística e, por não ter sido «encontrada qualquer perigosidade» na sua composição, resultou posteriormente na libertação dos referidos 12 cidadãos, acrescenta a polícia, sem identificar que tipo de produto se tratava.
A polícia não faz referência no comunicado ao forte dispositivo montado, com dezenas de efetivos, incluindo polícia montada e de Intervenção Rápida, para dissuadir a concentração dos jovens, nem que meios utilizou para identificar quem se pretendia manifestar contra o regime e quem pretendia participar em funerais.
A fonte da organização contactada pela Lusa, Mbanza Hamza, reafirmou à Lusa terem sido detidas hoje 18 pessoas, e confirmou que já foram todas libertadas.
No passado dia 22 de dezembro, a polícia reprimiu uma manifestação organizada em Luanda para exigir uma explicação oficial sobre os desaparecimentos, refere o relatório da HWR.