Esta manhã, o primeiro-ministro da Crimeia anunciou no Twitter os resultados definitivos oficiais do referendo de domingo: 96,6% dos eleitores votaram a favor da integração na Rússia.
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«Resultados definitivos do referendo em 96,6 a favor!», escreveu o primeiro-ministro pró-russo da Crimeia Serguii Axionov na sua conta de Twitter. Dados também confirmados pelo presidente da Comissão Eleitoral da Crimeia, Mikhailo Malychev.
O Parlamento da Crimeia vai aprovar hoje em sessão extraordinária os resultados do referendo e pedir ao Presidente russo, Vladimir Putin, para que aceite a república ucraniana na Federação Russa.
O referendo é considerado ilegal pelas novas autoridades de Kiev e pela maioria da comunidade internacional. Só Moscovo defende que se trata de uma consulta «legítima».
Ontem, Barack Obama disse a Vladimir Putin que ainda há margem para uma solução diplomática para o diferendo em torno da Crimeia, mas que para isso será necessário que Moscovo trave as incursões militares naquela região. Putin reiterou que para Moscovo o escrútinio de domingo é um ato legítimo.
A União Europeia (UE) não tem dúvidas em condenar o referendo na Crimeia, considerando-o ilegal, ilegitimo, contrário à constituição ucraniana e às leis internacionais.
Durão Barroso e o presidente do Conselho Europeu, Herman von Rompuy, foram claros na condenação, e esta manhã, os ministros dos Negócios Estrangeiros dos 28 devem aprovar um novo pacote de sanções contra responsáveis russos e ucranianos pró-russos.
São cerca de 30 pessoas que deverão ver os bens e os vistos congelados, mas na lista de alvos deven ficar de fora, pelo menos para já, membros do governo russo, já que Bruxelas quer manter a porta aberta para o diálogo.
Indiferente às criticas, a câmara baixa do parlamento russo anunciou esta manhã que, em breve, vai aprovar uma lei que permita à Crimeia juntar-se à Rússia.
Moscovo parece no entanto, cada vez mais isolada. A China, habitual aliada da Rússia, não quis pronunciar-se sobre a legalidade do referendo, deixando apenas um apelo à calma e cabeça fria.
Posição diferente tem o Japão, que pediu à Rússia para não anexar a Crimeia e que estuda a possibilidade de aplicar sanções económicas contra a Rússia.