Os líderes da União Europeia decidiram pedir hoje à Comissão que avançe, com urgência, para novas sanções contra a Rússia devido ao envolvimento de Moscovo no conflito na Ucrânia.
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Os chefes de Estado e de Governo da União Europeia (UE) iniciaram hoje, em Bruxelas, uma cimeira extraordinária destinada a decidir a atribuição dos altos cargos institucionais ainda em aberto, mas também com a crise na Ucrânia na agenda.
Com um discurso cada vez mais duro em relação ao Kremlin, os líderes europeus vão pedir à Comissão Europeia para preparar novas sanções contra a Rússia. À entrada para o Conselho Europeu, o chefe do governo britânico, David Cameron, classificou a presença de tropas russas em solo ucraniano como inaceitável.
«Temos que avaliar a situação completamente inaceitável de ter tropas russas em solo ucraniano. A Europa não precisa de pensar muito, para perceber quão inaceitável isso é. Sabemos isso pela nossa história. Então, as consequências devem avançar se esta situação continuar», afirmou Cameron.
Num discurso em linha com todos os outros líderes europeus, o presidente francês defendeu o endurecimento das sanções contra a Rússia.
«O que se passa na Ucrânia é de tal modo grave que o Conselho Europeu terá de reagir com um aumento do nível de sanções se a situação continuar como está. Ou seja, com a presença de homens armados vindos da Rússia. Penso que devemos reagir com um pedido para a preparação de sanções duras, que será feito à Comissão Europeia», defendeu François Hollande.
Sanções mais fortes contra Moscovo é uma medida apoiada pelo Parlamento Europeu e o presidente da instituição, Martin Schulz, entende que as que já foram aplicadas estão a ser eficazes.
«Tropas estrangeiras no território de um Estado soberano é uma violação da soberania que é inaceitável. As sanções estão deixar a outra parte numa pilha de nervos (em termos financeiros, energia, áreas de comércio); devemos aprofundar essas sanções, de tal forma que o outro lado entenda que é sério. A situação na Ucrânia, pode resumir-se como escalada igual a conflito armado igual a guerra», sublinhou.
Já a Presidente da Lituânia, Dalia Grybauskaité, considerou hoje que a Rússia está «praticamente em guerra contra a Europa» e pediu aos europeus que enviem material militar para a Ucrânia.
«A Rússia está em estado de guerra com a Ucrânia, um país que quer fazer parte da Europa, o que significa que Moscovo está praticamente em guerra contra a Europa», declarou ao chegar à cimeira europeia em Bruxelas.
Pelo contrário, o primeiro-ministro finlandês, Alexander Stubb, excluiu aparentemente a aplicação de novas sanções, a partir de hoje. «Vamos provavelmente falar de novas sanções nos quatro domínios seguintes: os serviços financeiros, armamento, bens de utilização dupla e tecnologia na área da energia», afirmou, ao chegar a Bruxelas.