Um documento de quatro páginas que saiu da reunião do Eurogrupo, e a que a TSF teve acesso, indica que a França é um dos países que se opõe à saída da Grécia. A lista de exigências já é conhecida. A cimeira de líderes da zona euro foi entretanto retomada.
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Mais exigências em troca do terceiro resgate. Este é o ponto central do documento que saiu da reunião do Eurogrupo e que está em cima da mesa da cimeira de líderes da zona euro. Este documento de quatro páginas obriga a Grécia a aprovar no parlamento, até ao dia 15 de julho, um novo pacote de medidas de austeridade em troca de um novo resgate.
De acordo com o documento, a saída temporária da Grécia da zona euro foi debatida pelo Eurogrupo mas não mereceu o consenso dos 19 ministros das Finanças. Se, por um lado, a ideia é bem vista por países como a Alemanha e Finlândia, a maioria dos estados-membros é a favor da manutenção da integridade da zona euro. Mas, até agora, apenas a França e Itália se envolveram pessoalmente para que a Grécia resolva os problemas de financiamento dentro da zona euro.
Em caso de não acordo para um terceiro resgate ao país, o documento indica que "deveriam ser oferecidas à Grécia negociações rápidas" para que o país saia temporariamente da zona euro, "com possível reestruturação da dívida". A questão está agora em análise na cimeira de líderes da zona euro, entretanto retomada depois de uma interrupção para conversas bilaterais entre Tsipras, Merkel e Hollande.
Uma das condições fulcrais para que seja dado o aval para um terceiro resgate financeiro passa pela aceitação por parte do governo grego do pleno envolvimento do FMI no processo.
Outro ponto fundamental, é também o reforço da confiança entre o Eurogrupo e o governo grego.
Neste documento, o Eurogrupo dá também conta do montante de financiamento calculado para o terceiro resgate - 82 a 86 mil milhões de euros - exigindo uma condicionalidade rigorosa com medidas calendarizadas. Por exemplo, em matéria de IVA, exige-se que a reforma do sistema de IVA seja feita através do aumento das taxas mais baixas para aumentar a coleta de impostos.
Exigem-se também reformas na Justiça, ao nivel do código do processo civil, para acelerar a execução de processos.
O governo grego terá ainda de fazer a transposição completa para as leias nacionais do tratado orçamental.
O documento exige a aceleração do processo de privatizações mas este foi um ponto que não obteve consenso entre os 19 ministros das Finanças da zona euro.
O documento promete ainda uma análise da sustentabilidade da divida para depois do verão e exige como condição o regresso da troika - agora conhecida como "as instituições" - a Atenas, algo que ainda não aconteceu na era Syriza.