O PSD fala em «foguetório» do Governo, ao passo que CDS-PP e Bloco não compreendem como há uma boa execução orçamental a par da existência de ministérios sem dinheiro.
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A oposição não ficou satisfeita com os primeiros números da execução orçamental do primeiro trimestre de 2011 avançados esta sexta-feira pelo Governo e que mostram que há um saldo positivo de 430 milhões nas contas públicas.
Reagindo a estes números, o social-democrata Miguel Frasquilho considerou que o Governo está a fazer um «foguetório» ao fazer divulgação de números parcelares, algo que este deputado considerou «errada, desadequada e pouco própria de quem tem autoridade».
«Quando os números vierem a ser conhecidos na sua plenitude faremos os comentários que nos parecerem adequados. O que tenho para dizer é que isto parece um foguetório de boas notícias, mas a verdade é que de foguetório em foguetório chegámos à situação em que o Governo teve de recorrer à ajuda externa», explicou.
Assunção Cristas, do CDS-PP, lembrou, por seu lado, que se a «execução orçamental corre tão bem como o Governo vem dizendo e como diz hoje carece de explicação porque todos os dias temos ouvido notícias sobre ministérios que já não têm maneira de pagar salários e que estão a reter o IRS que deveriam entregar às Finanças».
Já o deputado bloquista José Gusmão considerou que a «prática de utilizar informação de Estado como propaganda eleitoral para o partido do Governo tem de terminar porque não é séria em termos de campanha eleitoral».
«Os números que são apresentados apenas provam que o corte de salários e aumento dos impostos sobre o consumo estão a produzir resultados, mas mostram que não há distribuição de sacrifícios nenhuma», acrescentou este parlamentar.
Tal como Assunção Cristas, José Gusmão também não percebe como há uma «execução orçamental superavitária» com «problemas de tesouraria em diversos serviços públicos».
Por seu lado, o comunista Ricardo Oliveira frisou que os resultados apresentados esta sexta-feira deixam o «PCP mais preocupado e devem deixar os portugueses mais preocupados porque reflectem um agravamento das condições de vida do povo português».