O PCP considera que o Livro Verde da Administração Local deveria ser entendido como um «livro negro», enquanto que o Bloco fala em «retrocesso».
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O PCP considera que o Livro Verde da Administração Local tem de ser considerado um «livro negro» dado que contribui para o fim do pluralismo das autarquias através da criação de «executivos monocolores».
No final de uma reunião com a direcção de "Os Verdes", o secretário-geral comunista considerou que este documento não é mais que um «livro negro que visa o desmantelamento das características deste poder local democrático, construído por milhares e milhares de homens com os apoios da população».
Para Jerónimo de Sousa, este é um «ataque aquilo que ainda continua a ser uma grande conquista de Abril, um poder local democrático, plural, colegial, muito ligado às populações, aos seus interesses, que deu uma contribuição inestimável no desenvolvimento do nosso país».
Já o Bloco de Esquerda rejeita este «retrocesso» e diz estar preocupado com os efeitos da redução de vereadores nas autarquias que acontecerá caso esta reforma na Administração Local prossiga, pois «aquilo que se está a preparar é muito perigoso».
«As declarações do primeiro-ministro não nos sossegaram e, pelo contrário, aumentaram a nossa preocupação. Isto não tem nada a ver com o facto de serem necessárias de facto mexidas em termos administrativos e territoriais em termos da própria democracia local», explicou Pedro Filipe Soares.
Em declarações à TSF, este deputado bloquista admite que estas mudanças são necessárias, contudo, entende que estas devem acontecer em «sentido inverso aquilo que o PSD está a apresentar».