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Toda a direcção da Associação Nacional das Farmácias demitiu-se esta quinta-feira, queixando-se de falta de diálogo e acusando o Executivo de querer destruir o sector. (Notícia actualizada)
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«A direcção da ANF, concluindo que foi marginalizada da discussão de uma problemática vital para os doentes e para a sobrevivência das farmácias, numa altura em que estas atravessam uma gravíssima crise económica e financeira, acabou de apresentar a sua demissão», disse o presidente, João Cordeiro, em conferência de imprensa.
O responsável da ANF adiantou que a direcção da associação apresentou, ao final da tarde desta quinta-feira, a sua demissão ao presidente da assembleia-geral desta entidade, considerando que «este é o momento para não pactuar com esta decisão do Governo».
Em causa está o decreto-lei, aprovado esta quinta-feira em reunião do Conselho de Ministros, que estabelece um novo regime de formação do preço dos medicamentos com o objectivo de conseguir «uma baixa generalizada dos respectivos preços» e «uma redução nos gastos públicos».
João Cordeiro sustentou que «a situação [do sector] é muito delicada e exige muita responsabilidade», justificando esta decisão com a necessidade de «não pactuar com esta decisão do Governo», sobre a qual a ANF não foi ouvida.
Apesar de a direcção da ANF estar demissionária, João Cordeiro referiu aos jornalistas que esta associação tem «estruturas internas fortes» e adiantou que vai convocar uma assembleia-geral de delegados, para 15 de Outubro, e também das farmácias para dia 22 do mesmo mês, para «se encontrar uma solução».
«Não nos demitiremos da responsabilidade pessoal e do sector», garantiu João Cordeiro.
Contactado pela TSF, o Ministério da Saúde não quis fazer qualquer comentário.