Foi declarada a nulidade das provas apresentadas no julgamento das sanções e coimas aplicadas pelo Banco de Portugal a seis antigos gestores do BCP.
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O juiz, do Tribunal de Pequena Instância Criminal, declarou a nulidade das provas que estiveram na base do processo contra os antigos gestores do BCP, após ter sido ouvido o empresário Joe Berardo no dia 16.
O juiz do Tribunal de Pequena Instância tinha decido interromper as sessões em meados do mês passado para ouvir Joe Berardo. Nessa audição, o accionista e investidor garantiu desconhecer a origem dos documentos.
António da Hora diz que as provas apresentadas por Berardo são nulas porque violam o segredo bancário.
O processo resulta do recurso de seis antigos administradores e um director do BCP, condenados a pagar pelo Banco de Portugal coimas entre 230 mil euros e um milhão de euros e a inibições de actividade entre três e nove anos.
Conhecida a decisão, o ex-administrador do BCP Christopher de Beck classificou-a como boa, mas disse não gostar de resolver as coisas na secretaria e que preferia as absolvições.
Já o advogado do antigo presidente do BCP Jardim Gonçalves afirmou à Lusa que foi uma decisão corajosa, que deixa claro que o Banco de Portugal iniciou este processo com um crime que pretendeu esconder e que determina que todo o processo acabe anulado.
Para o advogado, trata-se do princípio da reparação da honra de Jardim Gonçalves, enquanto o acusador, o Banco de Portugal, se transforma em réu.
Por seu lado, o advogado Rogério Gonçalves afirma que foi feita justiça. O advogado do antigo administrador do BCP António Rodrigues entende que a decisão do juiz é notável, que o crime não compensa e que «só é pena que não fique claríssimo que são pessoas inocentes».
Entretanto, o Banco de Portugal fez saber que vai recorrer da decisão.
Notícia actualizada às 21:05.