Dezenas de historiadores decidiram protestar contra o fim anunciado dos feriados da Restauração e da Implantanção da República. Fernando Rosas lembra que nem Salazar ousou fazê-lo.
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Mais de 40 historiadores contestam a decisão do Governo de acabar com os feriados do 1 de Dezembro, da Restauração da Independência, e de 5 de Outubro, da Implantanção da República.
O grupo, que integra investigadores de vários quadrantes políticos, assinou um texto com os argumentos com que sustentam a critica à medida do executivo.
Um dos subscritores do documento é Fernando Rosas, que recordou que nem Salazar se atreveu a acabar com o dia da Restauraçao da Independência e o dia da Implantaçao da República porque são datas históricas importantes para a memória de uma comunidade.
Por isso, defende Rosas, a decisão do Governo é marcada pela demagogia.
«A supressão dos feriados atenta contra o direito ao lazer e essa tentativa de supressão baseia-se numa falácia, que é dar a ideia de que a produção do país depende de haver ou não feriados, o que é falso, é uma demagogia. E em segundo lugar, somos contra a supressão de feriados em datas que a comunidade escolheu para assinalar momentos simbólicos de grande significado na sua história», referiu.
«Nem o Salazar e a ditadura se atreveram a acabar com eles», acrescentou Fernando Rosas.
Outro subscritor do texto é António Costa Pinto que também fala num atentado ao direito ao lazer, acrescentando que o argumento económico também não colhe.
«O fundamental em relação aos feriados são as eventuais pontes enão propriamente a existência do feriado, e isso pode ser alterado. Em segundo lugar, sob o ponto de vista económico existe alguma dimensão que remete não só para o lazer mas também para o consumo interno, que provavelmente equilibrará algumas dessas dimensões», explicou.
«Mas sobretudo existe um ponto fundamental: essa perca de milhões é notoriamente ilusória porque existem medidas alternativas que não põem em causa o fundamental da simbologia nacional e também o direito ao lazer», afirmou António Costa Pinto.
Os cerca de 40 historiadores apelam aos portugueses para que se juntem à inciativa e mostrem claramente ao Governo que não aceitam a supressão deste feriados civis.