Jerónimo de Sousa diz que "procissão ainda vai no adro", mas não tem dúvidas de que os vários aumentos no sector da Saúde só podem ter consequências tremendas na vida das pessoas.
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Em Évora, onde visitou o hospital Espírito Santo e conversou com a administração e as comissões de utentes, o líder comunista, Jerónimo de Sousa, voltou hoje a responsabilizar o primeiro-ministro pela eventual morte antecipada de muitos portugueses.
«Fizemos uma acusação direta ao senhor primeiro-ministro de que é politicamente responsável pela possibilidade da morte antecipada de muitos portugueses por falta de condições de acesso à Saúde», acusou Jerónimo de Sousa, referindo-se ao que classifica de «cortes cegos na saúde».
«Pode dizer-se que cientificamente é difícil de provar, mas a conjugação destes fatores, destes elementos, leva-nos a dizer que com certeza muitos portugueses terão a morte antecipada devido à não resposta aos seus problemas, às suas condições de vida, à defesa da sua saúde», reforçou.
O secretário-geral comunista fez referência a uma convergência diabólica de vários aumentos, das taxas moderadoras, dos transportes e dos medicamentos para concluir que são muitas as ameaças à vida das pessoas.
À margem da visita hospital Espírito Santo, em Évora, Jerónimo de Sousa comentou também a chamada de Artur Trindade para a secretaria de Estado da Energia, ele que antes esteve na Entidade Reguladora, na ERSE.
Jerónimo de Sousa espera para ver o conteúdo político do novo secretario de Estado mas retira desde já uma conclusão.
«Creio que tem algum significado que quem vai substituir o secretário de Estado seja da entidade reguladora, no mínimo leva-nos a uma conclusão: que mal entregue estava essa entidade. Vamos ver agora em termos de conteúdo político», comentou.
«De qualquer forma também este Governo demonstra com esta substituição que sempre, mas sempre, devem prevalecer os interesses económicos e não permitir a qualquer membro do Governo que tenha preocupação em relação à defesa do serviço público quando está em causa os interesses do capital», criticou Jerónimo de Sousa.