O primeiro-ministro afirmou que até 2014 vai realizar-se uma reforma do Estado que vai constituir «uma refundação do memorando de entendimento».
Corpo do artigo
No encerramento das jornadas parlamentares conjuntas do PSD e do CDS-PP, na Assembleia da República, Pedro Passos Coelho afirmou que não é possível adiar uma «reforma mais profunda do Estado» para «fora do quadro do memorando de entendimento».
O primeiro-ministro acrescentou que essa reforma do Estado vai constituir «não uma renegociação», mas sim «uma refundação do memorando de entendimento» e «deve comprometer todos aqueles que assinaram ou negociaram o memorando de entendimento», como é o caso do PS.
Passos Coelho não explicou, no entanto, o que significa essa «refundação» e reafirmou que pedir mais tempo para cumprir o pagamento da dívida é adiar o regresso do país aos mercados.
O primeiro-ministro afirmou também que se Portugal tivesse um período mais alargado para o ajustamento financeiro, como defende o PS, o crescimento económico ficaria adiado por mais anos e a dívida e os custos sociais aumentariam.
Passos Coelho desafiou quem quer um caminho alternativo ao do Governo a «explicar com clareza como o pretende financiar». Depois, o primeiro-ministro rebateu a «solução oferecida pelo principal partido da oposição», de mais tempo para o ajustamento financeiro, alegando que isso implicaria «um longo e difícil processo de negociação de um segundo resgate».
«Um período mais alargado de ajustamento significaria um maior número de anos antes de podermos regressar ao crescimento, com mais custos sociais, e com níveis crescentes de dívida. Os estudos recentes sobre o impacto da austeridade mostram que a relação é linear, ou seja, esses custos terão sempre de ser pagos em igual medida se o ajustamento for mais lento. Seriam, isso, sim, distribuídos ao longo do tempo, o que adia a recuperação para um futuro distante e incerto, perpetuando a situação muito grave em que nos encontramos», sustentou.