
António Arnaut, fundador do SNS
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O fundador do SNS diz na TSF que «quem precisa de ser refundado é o Governo», sublinhando que os sete mil milhões que se pagaram este ano só em juros da dívida dava para pagar o SNS.
A propósito do anúncio do primeiro-ministro de que até 2014 terá de ser feita uma reforma do Estado, que Passos Coelho, traduziu como uma «refundação do memorando de entendimento», o "pai" do Serviço Nacional de Saúde (SNS), António Arnaut diz na TSF que quem precisa de ser refundado é o Governo.
«Dá-me a impressão que alguns ministros, a começar pelo primeiro-ministro, não têm noção da realidade do país. Se não fosse o Estado Social e as prestações sociais como é que estaria este país? Portanto, não podemos tolerar que o Governo queira amputar um direito tão fundamental aos portugueses, ou através de uma revisão ou através de formas indiretas. E ele [, o Governo], não conta com o PS como é evidente», frisou António Arnaut.
Neste sentido, o fundador do SNS confessou-se «preocupado com a situação do país, com a incapacidade, com a incompetência, com a falta de patriotismo de alguns governantes», acrescentando que «de alguma maneira essa refundação de que ele [Passos Coelho] falou não me preocupa muito porque quem precisa de ser refundado é o Governo que não tem categoria para gerir os destinos do país».
António Arnaut acusa ainda o Governo de tomar medidas insensíveis, lamentando que os impostos dos portugueses não estão a ser canalizados para pagar o Estado Social mas os juros da dívida.
Na opinião do fundador do SNS, mais tempo e mais dinheiro para quem renegociar não devia ser palavra proibida na boca dos governantes do país.