Uma unidade secreta da PSP pediu à RTP o visionamento de imagens dos incidentes do dia 14 de novembro em frente ao parlamento, «de preferência não editadas» e com logotipo da RTP.
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O jornal Público revela na edição desta quarta-feira que foi o Núcleo de Informações da PSP, uma unidade de natureza secreta integrada na Unidade Especial de Polícia, que pediu as imagens da manifestação junto ao Parlamento, que terminou em confrontos.
O pedido, assinado pelo comissário João Pestana, foi feito já depois de dois elementos da PSP terem visionado as imagens, no gabinete do subdiretor Luís Castro.
Assim, o pedido identificava os tempos exatos das imagens pretendidas e pedia-se também imagens «de preferência não editadas» e, se possível, com o logotipo da RTP para que pudessem servir de prova em tribunal.
O Público conta ainda que a subdiretora de produção da televisão pública, Ana Pitas, deu seguimento ao pedido, solicitando a gravação das imagens em DVD.
O Correio da Manhã adianta que o então director de informação, Nuno Santos, esteve a par de todo o processo, quer da visualização, quer das cópias do DVD, mas o subdirector Luís Castro não estaria nas instalações da RTP quando os agentes da policia usaram o seu gabinete para visualizar as imagens.
São dados que surgem no dia em que Alberto da Ponte, o presidente da RTP, entrega na Entidade Reguladora para a Comunicação Social (ERC) as conclusões do inquérito interno sobre o caso.
A ERC decidiu chamar para audição todos os intervenientes da RTP no caso e vai abrir um processo de inquérito.