
O Governo quer reduzir o número de camas nos hospitais. Um documento, divulgado hoje pelo Jornal de Negócios, fixa os objetivos que os hospitais terão de cumprir no próximo ano.
No documento publicado no site da administração centrao do sistema é recomendado aos hospitais que, sempre que possível, apostem em cirurgias de ambulatório, que são mais baratas e cuja alta é mais rápida. Um despacho do secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, lembra, no entanto, que esta melhoria terá de ser obtida sem qualquer perda de qualidade no acesso à saúde e nos serviços prestados.
Atualmente Portugal está já entre os países da União Europeia com menos camas por habitante. Tem 3,4 por cada mil habitantes. O Governo está obrigado pelo memorando assinado com a "troika" a cortar as despesas dos hospitais em 15% até ao final do próximo ano.
Para o bastonário da Ordem dos Médicos, José Manuel Silva, qualidade e redução do número de internamentos não são compatíveis, porque em Portugal faltam serviços de apoio pós-cirurgia aos doentes do serviço ambulatório.
José Manuel Silva entende, por isso, que esta é uma das questões que comprovam que a saúde não suporta mais cortes como exige a "troika".
O presidente da Associação de Administradores Hospitalares apoia a recomendação do Ministério da Saúde. Pedro Lopes diz que a aposta nas cirurgias em ambulatório não compromete os cuidados de saúde e é um caminho que deve ser seguido.
Pedro Lopes diz também que para que se atinja a meta do Governo já há até trabalho feito.
Actualizada às 11:30