Caso o Tribunal Constitucional chumbe o Orçamento do Estado, o primeiro-ministro e o PSD ponderam cenários graves. Na comissão permanente do PSD, foi considerada a hipótese da queda do Governo.
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Os jornais Público e Sol contam que, na última reunião da comissão permanente do PSD, Pedro Passos Coelho admitiu a possibilidade de o Governo não terminar o mandato e alertou para os riscos de um eventual chumbo pelo Tribunal Constitucional (TC) de algumas normas do Orçamento do Estado (OE).
O Sol diz que na reunião do núcleo mais restrito do PSD o clima foi de tensão máxima e que Pedro passos Coelho alertou que um chumbo do TC pode ter consequências mais graves do que a queda do Governo. Desde logo, um segundo resgate do país com o consequente prolongamento das medidas de austeridade.
Os dirigentes social democratas terão considerado um Governo de iniciativa presidencial como um cenário quase impossível.
O Público acrescenta que o primeiro-ministro admitiu, durante a reunião, que o seu Governo pode não ser capaz de encontrar alternativas às medidas do OE que possam eventualmente não passar no TC.
O semanário Sol cita declarações de alguns membros da comissão permanente do PSD, sem os nomear. Houve quem qualificasse a moção de censura do PS como uma brincadeira de crianças e quem sublinhasse que os autores dos pedidos de fiscalização do OE vão ter de responder.
O Sol cita outro dirigente do PSD que defendeu que os juízes do Constitucional não têm a noção do que é a gestão da dívida pública e das gigantescas implicações que as suas decisões podem ter.
Ontem, no Porto, Pedro Passos Coelho sublinhou que ninguém, nem o TC, se pode abstrair da atual situação do país.
Para hoje está prevista uma declaração política do PSD na Assembleia da República. Um dirigente do partido disse ao Sol que as cartas serão postas na mesa.