
Marcelo Rebelo de Sousa
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Na TVI, Marcelo Rebelo de Sousa disse que Cavaco roçou a inconstitucionalidade ao aceitar eleições antecipadas sem ouvir todos os partidos com assento parlamentar e o Conselho de Estado.
Marcelo Rebelo de Sousa considerou que o Presidente da República «prolongou» e «agravou» a atual crise política, ao propor o compromisso de salvação nacional na comunicação que fez ao país na quarta-feira.
No seu comentário semanal na TVI, este antigo presidente do PSD notou que Cavaco Silva, perante a reação dos mercados na sexta-feira, não só deixou cair a ideia do mediador como também pediu urgência nestas negociações.
Numa referência às eleições antecipadas pretendidas pelo chefe de Estado para 2014, o comentador considerou ainda que Cavaco Silva roçou a inconstitucionalidade ao aceitar este cenário caso existia um acordo entre PS, PSD e CDS.
Marcelo Rebelo de Sousa recordou que a convocação de eleições só pode acontecer após o Presidente da República ouvir «todos os partidos com assento no Parlamento e o Conselho de Estado».
«Ele poderia sempre ouvir depois o Conselho de Estado e o PCP, Bloco de Esquerda e 'Os Verdes', mas perante o facto consumado de um um acordo de três partidos», acrescentou.
Para Marcelo, Cavaco, «na prática, deixou tanta coisa com ponto de interrogação e adiou de tal forma o fechar da crise que os mercados reagiram como tinham reagido à crise provocada por Paulo Portas».