
Reuters
O Inquérito às Condições de Vida e Rendimento das Famílias do Instituto Nacional de Estatística, hoje divulgado, revela que o número aumentou em relação ao ano anterior.
Os números revelam que os casos de privação material aumentaram e passaram a atingir, em 2012, 21,8% dos portugueses (eram 20,9% em 2011).
Os indicadores de privação material baseiam-se num conjunto de nove itens representativos das necessidades económicas e de vários bens das famílias.
Por exemplo, está causa situações como não ter capacidade para pagar de imediato uma despesa inesperada, atrasos nos pagamentos de prestações ou despesas correntes, não poder fazer uma refeição de carne ou de peixe de dois em dois dias ou não ter eletrodomésticos ou telefones.
Os casos classificados como sendo de privação material correspondem a situações em que não existe acesso a, pelo menos, três destes nove itens.
Os números hoje revelados pelo INE revelam ainda que, ao contrário do esperado, a taxa de risco de pobreza desceu um pouco, passando a ser de 17,9% em 2011 contra os 18% de 2010.
Contudo, esta descida pode nao significar que há menos portugueses a viver com dificuldades. Aliás, o INE sublinha que esta taxa de risco de pobreza tem em conta 60 por cento do rendimento mediano em cada ano (é abaixo disso que uma pessoa é considerada pobre). O problema é que esse rendimento mediano tem caído.
Para complementar a análise e as limitações deste indicador estatístico, o INE faz um exercício complementar. Os técnicos fazem as contas com base naquele que era em 2009 o limiar para ser considerado pobre e têm em conta a inflação.
Neste caso, como seria de esperar, a pobreza disparou. A proporção de pessoas em risco de pobreza passa de 17,9% em 2009 para 21,3% em 2011.
Este aumento é ainda maior para quem tem menos de 18 anos (22,4% em 2009, 23,9% em 2010 e 26,1% em 2011). Para a população em idade ativa o risco de pobreza passou de 15,7% em 2009 para 20,3% em 2011.