O primeiro-ministro defendeu que o país precisa de um PS que aceite o convite do Presidente da República para um acordo de médio prazo com a maioria PSD/CDS-PP.
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Pedro Passos Coelho falou diretamente do processo de conversações que está em curso entre estes três partidos, com vista ao que Cavaco Silva chamou de «compromisso de salvação nacional», durante o debate da moção de censura do Partido Ecologista "Os Verdes" (PEV), na Assembleia da República.
«Esta é a oportunidade para o PS fazer uma separação de águas. É o momento de o PS mostrar que sabe assumir a responsabilidade de contribuir ativamente para a resolução dos problemas nacionais e de ultrapassar as suas hesitações. Não reconhecer a importância histórica deste momento seria desiludir o legado do PS como um partido da integração de Portugal na Europa e como um partido com um papel importantíssimo na fundação da nossa democracia», argumentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP, no discurso que fez no início deste debate.
«O país precisa de um PS que, como partido que aspira a governar, não acalente a fantasia de uma súbita e perpétua vontade de o norte da Europa passar a pagar as nossas dívidas provavelmente para sempre. O país precisa de um PS que aceite o convite do senhor Presidente da República para lançarmos as bases concretas e realistas do nosso futuro coletivo», acrescentou.
Na sua intervenção, o primeiro-ministro sustentou ainda que o Governo conseguiu resultados para iniciar um novo ciclo virado para o investimento e que afastam uma espiral recessiva, mas defendeu que é preciso manter o rumo da consolidação orçamental.
Passos Coelho acusou a oposição de irrealismo e irresponsabilidade e descreveu a atuação do executivo PSD/CDS-PP como de «recuperação da credibilidade e da confiança, alicerçada numa estratégia económica e diplomática com cabeça, tronco e membros», alegando que isso «já trouxe ganhos muitíssimo importantes para os portugueses».
Como exemplo, apontou as alterações às condições dos empréstimos a Portugal em termos de juros e prazos de pagamento. «Hoje estamos em condições de dizer ao país que tudo isso representa uma poupança acumulada para os próximos 30 anos de 54,5 mil milhões de euros», referiu.
«A coesão reforçada da maioria parlamentar e o espírito reformista do Governo são o ponto de que partimos para iniciar uma nova fase do nosso ajustamento, um novo ciclo virado para o investimento e para dar mais força aos sinais positivos que nos chegam do lado economia», destacou.