Troca de seringas: Farmácias dizem não ter condições para retomar programa de forma gratuita

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O ministério da Saúde quer reactivar a colaboração que funcionou durante duas décadas. As farmácias estão disponíveis para negociar, mas avisam que a situação económica e financeira não lhes permite mais prestar serviços sem receberem nada em troca.
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O ministerio da Saúde pretendia que o acordo já estivesse a ser posto em prática no terreno, mas não está sequer feita a negociação com as farmácias para que voltem a fazer troca da seringas de forma gratuita.
Esta foi uma colaboração com o Estado que durou duas décadas mas que está suspensa desde o final de 2012. O Governo disse que seria retomada antes do fim de 2013, no entanto a Associação Nacional de Farmácias diz não existem para já condições para isso aconteça.
O sector está disponível para negociar mas Cristina Santos, da Associação Nacional de Farmácias, avisa que a situação económica e financeira não lhes permite mais prestar serviços sem que recebam em nada em troca.
Cristina Santos lembra que o programa foi iniciado o contexto das farmácias era «radicalmente diferente do que hoje existe». Aquela responsável adianta que no atual contexto económico das farmácias «não é possível ter este tipo de prestação de forma continua e gratuita».
As farmacias dizem que estão disponíveis para negociar com a tutela. Diz Cristina Santos que é uma questão de acertar um preço razoável às várias opções que podem ser seguidas.
Do lado do ministério está tudo pronto para começar a negociar ainda em janeiro. Francisco George, director geral de saúde e que tem em mãos este dossier, diz que, para já, é prematuro falar em contrapartidas que, sublinha, antes não existiam.
Apesar do atraso, Francisco George garante que não há falhas na troca gratuita de seringas e lembra que as seringas continuam a ser distribuidas a quem precisa quer nos serviços móveis de rua quer nos centros de saúde.
Dados disponibilizados pela Associação Nacional de Farmácias mostram que entre janeiro e outubro de 2012, ano em que a colaboração com o Estado foi suspensa, as farmácias recolheram mais de 450 mil seringas.