Moção Censura: Seguro ausente do início do debate por considerar moção do PCP «frete» ao Governo
A abrir o debate, o secretário geral do PCP considerou que o Governo perdeu a legitimidade política e está «isolado política e socialmente». Já Passos Coelho considera que a moção de censura vem na linha de uma «coerência para o desastre».
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O secretário-geral do PS está hoje ausente da sessão de abertura do debate da moção de censura do PCP ao Governo num sinal político de que a iniciativa dos comunistas constitui «um frete» ao Executivo.
Apesar desta posição política, António José Seguro frisou logo na segunda-feira, em entrevista à TSF, que os socialistas irão votar a favor da moção de censura do PCP por entenderem que o Governo liderado por Pedro Passos Coelho merece ser censurado - uma posição que foi na quinta-feira ratificada pela bancada do PS.
A abrir o debate, o secretário-geral do PCP considerou que o Governo perdeu a legitimidade política e está « isolado política e socialmente». Ao defender a moção de censura apresentada pelo partido, Jerónimo de Sousa acusou o primeiro-ministro de «chantagem» sobre o Tribunal Constitucional.
Na sua primeira intervenção, Passos Coelho considerou que a moção de censura vem na linha de uma «coerência para o desastre».
O primeiro-ministro defendeu que se as propostas do PCP para a «saída da Europa, a par da estatização forçada da economia e da sociedade» seria um «retrocesso irrecuperável » e que deixaria o país «à deriva, na miséria e sem futuro».
O chefe do Governo e a maioria criticaram o PS por ir votar a favor da moção de censura considerando que se o fizer será «responsabilizado (...) pela incoerência política grave e irremediável». Passos disse que sobre este ponto «não há retórica , nem contorcionismos que permitam segundas leituras».