Depois de Almeida, na Guarda, também Arouca, no distrito de Aveiro, enfrenta ataques do lobo ibérico. A câmara municipal reclama medidas para defender os povoados.
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O presidente da junta de freguesia de Alvarenga é um dos afetados. José Artur Neves diz que já perdeu 15 animais. E pede ajuda ao Instituto de Conservação da Natureza e da Floresta. «Por cada animal tenho um prejuízo que ronda os dois mil euros e a indemnização que vou receber andará à volta dos 800 euros por cabeça».
Perante os ataques, a Câmara Municipal de Arouca reclama novas medidas legais para defesa dos povoados onde, nos últimos dias, os lobos ibéricos têm matado vários outros animais e começam a assustar também a população.
A situação tem-se verificado na aldeia da Noninha, na freguesia de Alvarenga, onde esta madrugada os lobos terão provocado a morte a cinco vacas, além de ferimentos em vários outros animais.
«Isto está a deixar toda a gente em pânico», defende José Artur Neves. «Pedimos que haja legislação que proteja as pessoas e tem que haver aqui uma decisão política sobre esta matéria, porque isto está a ultrapassar o inaceitável», realça.
O autarca atribui essa preocupação não apenas ao prejuízo provocado pela morte dos animais, mas também ao estado de sobressalto em que está a viver a população da Noninha, que receia novos ataques e em maior escala.
«Um animal ou outro não seria muito grave, mas começam a ser muitos seguidos», refere o presidente da Câmara. «Tem que haver novas medidas e as entidades que tutelam esta área não se podem escudar no argumento de que pagam aos criadores de gado por cada animal morto», afirma.
José Artur Neves não nega a necessidade de se continuar a zelar pela propagação do lobo ibérico enquanto espécie protegida "em perigo", de acordo com o estatuto definido pelo Instituto Nacional de Conservação e das Florestas. Argumenta, contudo, que é preciso ajustar a lei a casos como o da Noninha, onde estará em causa «uma grande alcateia que por ali entrou».