
Global Imagens/Paulo Spranger
A proposta consta da moção que António Costa vai apresentar ao Congresso. O candidato do PS a primeiro-ministro, quer, também, simplificar o sistema judicial, aperfeiçoar o regime de incompatibilidades e penalizar as empresas que recorrem ao trabalho precário
Sem qualquer referência a renegociação ou reestruturação da dívida pública, António Costa apresenta uma agenda apostada em colocar o país a mexer, mas com os olhos postos na consolidação orçamental.
É em matéria de orçamento que o candidato à liderança do PS apresenta uma das principais novidades sugerindo orçamentos não anuais, mas plurianuais para cada legislatura, de forma a simplificar e a lei do orçamento e rever de forma profunda os mecanismos de gestão financeira do Estado, com a elaboração de um programa simplex.
No topo das prioridades da agenda para a década está o anunciado programa de recuperação do emprego e da economia, apoiado em fundos europeus, num novo quadro fiscal, no investimento público e no apoio à contratação de desempregados.
No pacote emprego, as medidas propostas por António Costa passam por uma revisão da lei laboral, pelo combate à precariedade, com a penalização de empregadores por via da TSU, pelo relançamento da negociação colectiva e pela pela estabilização de pensões e salários, com um aumento do salário mínimo e um Acordo Estratégico de Médio Prazo com os parceiros sociais.
António Costa pretende ainda ver definidos programas para recapitalizar as pequenas e médias empresas, com um risco tripartido entre estado banca e as empresas.
No campo que define como reforço da coesão social, António Costa promete fazer convergir os sistemas de proteção social, nomeadamente pensões, ainda repor o complemento solidário para idosos e eliminar a sobretaxa de IRS.
Nas cerca de 130 páginas do documento, António Costa propõe organizar um simplex para o sistema judicial e desenvolver uma estratégia de longo prazo para a natalidade.
O candidato do PS a primeiro-ministro quer, também, aperfeiçoar o regime de incompatibilidade entre esfera pública e privada. António Costa quer ainda um governo que tenha uma nova voz na Europa, com Portugal capaz de ler de forma inteligente e flexível as regras, como o tratado orçamental.
No texto, o futuro líder socialista define ainda a maioria absoluta como um objectivo, mas sublinha, que o partido está empenhado em procurar pontos de entendimento e compromisso com as diferentes forças políticas e partidárias, sem exclusões ou preconceitos.