
António Costa
Lusa/NunoVeiga
António Costa insiste no pedido de deixar funcionar a justiça. Já Mário Soares diz que não há razão para se estar preso há tanto tempo.
O secretário-geral do PS, António Costa, deslocou-se hoje à cadeia de Évora para visitar o ex-primeiro-ministro socialista José Sócrates, em prisão preventiva há mais de um mês.
O atual líder socialista entrou, cerca das 10:30, no Estabelecimento Prisional de Évora, onde já se encontrava o antigo Presidente da República Mário Soares, que visita, pela segunda vez, o ex-primeiro-ministro.
António Costa destacou o caráter pessoal da visita a um amigo. O líder do PS admitiu que Sócrates deve estar a passar um mau bocado porque está privado de um valor essencial, a liberdade.
À saída do estabelecimento prisional de Évora, António Costa lembrou mais uma vez a necessidade de deixar a justiça funcionar, acrescentando que José Sócrates se mantém firme na lut.
António Costa diz que é preciso «assegurar que a acusação tenha os meios necessários para fazer a investigação, que a defesa disponha dos meios e de igualdade de meios no exercício da defesa, que o segredo de justiça seja preservado e que não haja condenações, nem julgamentos na praça pública, que as pessoas se possam defender».
«É isso que deve ser normal num Estado democrático», defendeu, assegurando que todos, e que ele fará a sua parte, se devem bater por «um sistema de justiça que funcione dentro do que é normal.
Já o antigo Presidente da República Mário Soares entrou um pouco antes das 10:00 no Estabelecimento Prisional de Évora para visitar, pela segunda vez, o ex-primeiro-ministro José Sócrates.
O histórico socialista não quis que o ano acabasse sem visitar de novo o amigo. Mário Soares acrescenta que Sócrates está cheio de energia e nem foi preciso deixar uma mensagem de Ano Novo.
O antigo Presidente da República e ex-líder socialista acrescentou que não há razão para que Sócrates esteja preso há tanto tempo e reafirmou que o antigo primeiro-ministro está a ser vítima do sistema.
José Sócrates está preso preventivamente no Estabelecimento Prisional de Évora por suspeita de corrupção, branqueamento de capitais e fraude fiscal qualificada, num caso relacionado com alegada ocultação ilícita de património e transações financeiras no valor de vários milhões de euros.
A 21 de novembro, o antigo líder do PS e ex-primeiro-ministro foi detido e, após interrogatório judicial, ficou em prisão preventiva, por o juiz considerar existir perigo de fuga e de perturbação da recolha e da conservação da prova.