O primeiro-ministro português considerou hoje que o programa do Syriza é dificilmente conciliável com as regras europeias, mas disse esperar que o novo Governo grego as cumpra e possa manter-se na zona euro e na União Europeia.
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Em declarações aos jornalistas, na Universidade Católica Portuguesa, em Lisboa, Pedro Passos Coelho apelidou de «conto de crianças» a ideia de que «é possível um que um país, por exemplo, não queira assumir os seus compromissos, não pagar as suas dívidas, querer aumentar os salários, baixar os impostos e ainda ter a obrigação de, nos seus parceiros, garantir o financiamento sem contrapartidas».
«É sabido que o programa do partido que ganhou as eleições é difícil de ser conciliado com aquilo que são as regras europeias. O meu desejo é que seja possível conciliar, porque nós reconhecemos o enorme esforço que os gregos fizeram e esperamos que a Grécia se possa manter como um parceiro europeu da mesma moeda e da União Europeia. É esse o meu voto sincero», acrescentou o chefe do executivo PSD/CDS-PP.
Passos Coelho sustentou ainda que Portugal está numa situação diferente da Grécia porque não seguiu os conselhos do PS, que acusou de ter uma estratégia semelhante à do Bloco de Esquerda.
«Nós, felizmente, não estamos na situação da Grécia - que está num segundo programa, se calhar a precisar de um terceiro, não sabemos como, ainda com dificuldades várias. E se não estamos nessa situação, deveu-se ao facto de não termos seguido os conselhos do PS até hoje», declarou.
O chefe do executivo PSD/CDS-PP alegou que, «até hoje, a estratégia que o PS tem reivindicado para Portugal, infelizmente, é uma estratégia muito semelhante à do Bloco de Esquerda», acrescentando: «É a de não cumprir as metas nem os objetivos que estavam traçados, suscitar como todos se recordam a renegociação do programa que nós já fechámos, que já terminámos».