Henrique Neto defende dissolução como último recurso na defesa do interesse nacional

Ana António/TSF
Em entrevista à TSF, o candidato presidencial lança um aviso à navegação, garantindo que se um governo tomar decisões contrárias ao interesse nacional, como a aposta nas Parcerias Público-Privado, poderá optar por dissolver o parlamento e convocar eleições.
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Henrique Neto não compreende como é que os dois últimos presidentes conseguiram conviver bem com a aposta nas PPP - «uma forma de parquear dívida pública» -, sem ter dirigido uma palavra aos portugueses.
O antigo empresário e militante socialista, voz crítica contra as vagas de investimento público nos governos Sócrates, garante que com ele na Presidência «nada disso vai ser possível», e que «todos os investimentos públicos terão de ser suportados por estudos e avaliações de eficácia».
Afirmando que tudo fará «para manter a estabilidade política», Henrique Neto avisa que «quando um governo ataca frontalmente o interesse nacional, um Presidente da República não pode ficar parado», e tem de usar todos os recursos, falando primeiro com o governo, depois com os portugueses e com a Assembleia da República. Se tudo isso falhar, o candidato defende que o poder de dissolução «existe na Constituição por alguma razão.»
Henrique Neto mantém o tom crítico em relação ao sistema político, e à forma como o país político parece prisioneiro de uma lógica de curto-prazo. O candidato, que defende há muito a definição de uma estratégia para Portugal, tem um livro publicado em 2011 com essa estratégia descrita passo a passo, já o entregou aos principais partidos, e espera que, se for eleito, os partidos se pronunciem sobre as suas ideias.
Henrique Neto acredita que «um primeiro-ministro e um governo bem informado terão a sensatez de aceitar» as suas propostas.
O candidato afirma que «se o país continuar com políticas de curto prazo, numa guerra permanente na Assembleia da República por pessoas que não representam bem os eleitores, e se continuarmos sempre a eleger os mesmos, então não vamos ter uma vida fácil nos próximos 15 ou 20 anos.»