
Ambulância INEM
Diana Quintela/Global Imagens
A administração do INEM ameaça queixar-se ao Ministério Público de todos aqueles que puserem em causa o socorro urgente.
O aviso destina-se aos técnicos de emergência médica, que desde o inicio do mês estão a fazer greve aos turnos extraordinários.
Ontem, várias ambulâncias estiveram paradas em Lisboa e o sindicato acredita que a situação pode agravar-se hoje.
O INEM garante que a emergência médica na capital está assegurada entre as 8 da manhã e a meia-noite e repudia a posição assumida pelos técnicos de emergência médica em Lisboa.
A administração do Instituto de Emergência Médica acusa os trabalhadores de falta de profissionalismo, por estarem a enviar mensagens por telemóvel a incentivar as faltas e o abandono do serviço.
Os técnicos do INEM convocaram, para ontem à noite, uma vigília contra a degradação das condições de trabalho, para além da greve às horas extraordinárias, pelo que seis das 17 ambulâncias existentes em Lisboa estão paradas.
A partir desta segunda-feira, o protesto aumenta de dimensão. A greve será a todas as horas e os trabalhadores do INEM dizem que o serviço de emergência médica na capital pode ficar parado.
Em comunicado, o INEM garante que "tem envidado todos os esforços no sentido de manter a qualidade, eficiência e rapidez de atendimento no serviço público que presta às populações apesar de se confrontar com alguns constrangimentos ao nível dos recursos humanos agravados pela orientação do Sindicato dos Técnicos de Ambulância de Emergência para que os seus associados não mostrassem disponibilidade para fazer horas extraordinárias pagas conforme legislação em vigor".
Neste comunicado, o INEM diz, ainda, saber da existência de "SMS"s que incentivam ao absentismo e ao abandono do serviço, depois de iniciado, através de mecanismos diversos e abundantemente sugeridos. O INEM lembra que esses comportamentos não podem ser tolerados na Administração Pública pois revelam falta de profissionalismo e, eles sim, poderão colocar em risco o atendimento emergente das pessoas".
Perante este cenário, o Instituto de Emergência Médica refere que "terá que participar ao Ministério Público de todos aqueles que possam colocar em risco o socorro urgente a pessoas".
Para esta manhã, está marcada uma conferência de imprensa do sindicato, sobre este braço de ferro que opõe os técnicos e a administração do INEM.
Na resposta, o Sindicato dos Técnicos de Ambulâncias de Emergência acusa o INEM de querer preencher as escalas de meios com recurso a técnicos de informática e técnicos de logística em substituição dos técnicos de emergência.
Em declarações aos jornalistas, no decorrer de uma vigília, o presidente do Sindicato dos Técnicos de Ambulâncias de Emergência (STAE) explicou de que maneira o organismo pretender ter todos os meios de emergência operacionais durante o dia de hoje.
"Neste momento estão elementos da logística que estarão escalados para fazerem ambulância, o que demonstra a capacidade que este conselho diretivo tem em dar resposta ao socorro com pessoas da logística e da informática", afirmou Ricardo Rocha.
O INEM garante que todo o pessoal que conduz as ambulâncias, tem habilitações para o fazer.
Contactada pela TSF, a assessoria de imprensa do Instituto Nacional de Emergência Médica admite que há técnicos de informática e de logística ao volante das ambulâncias, mas esclarece que todos os trabalhadores do INEM têm obrigatoriamente de passar por um curso de técnicos de emergência médica. Estão, por isso, perfeitamente capazes de conduzir uma ambulância.