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Não seguiu o método «normal», e cumpriu uma complexa e demorada logística. A entrevista com o recluso 44 do Estabelecimento Prisional de Évora deu os primeiros passos no início de junho.
Depois de várias tentativas desde o final de novembro de 2014, José Sócrates aceitou, há cerca de 3 semanas, dar a primeira entrevista, à TSF e ao DN, desde que entrou na cadeia de Évora.
O método, sujeito às normas dos serviços prisionais, passou por várias etapas: duas visitas na prisão, envio das perguntas por escrito (19), tendo as respostas seguido pela mesma via, através dos advogados.
Nas visitas à prisão de Évora, tudo o que seja considerado potencial material de reportagem fica à entrada. Na última visita, por exemplo, os serviços prisionais chegaram a «confiscar» meia dúzia de folhas de bloco em branco, sem qualquer inscrição, tendo o cuidado de as devolver no final da visita. Aos repórteres restou a memória do que se falou na sala de visitas, e as respostas escritas que chegaram semanas depois.
Por esta razão não houve lugar a réplica ou contraditório, apesar de algumas das afirmações o exigirem. O texto final foi manuscrito por José Sócrates, datilografado fora da cadeia e regressou às suas mãos para sucessivas revisões. A versão definitiva acabou por chegar ontem, ao fim da manhã.
O ex-primeiro-ministro recusou pronunciar-se sobre as questões relacionadas com os "empréstimos" de Carlos Santos Silva e o seu estilo de vida, por as considerar ofensivas e na linha dos interrogatórios do Ministério Público.