Um estudo a ser publicado pela Deco Proteste dá conta de casos de falta de higiene, tomas erradas de medicamentos ou faltas a consultas em lares de idosos. Outro problema é a falta de vagas.
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O inquérito feito a 690 familiares de idosos a viver em lares revela que um em cada dez idosos esteve cerca de um ano à espera de vaga, mas alguns estiveram ainda mais tempo: três anos.
Bruno Santos, da Deco, conta que mais de metade dos familiares admitem que tiveram de contactar as pessoas certas para conseguir lugar num lar.
Perto de 30% dos inquiridos queixa-se de falta de transparência nas condições de acesso, sobretudo aos lares públicos ou público-privados. Alguns admitem mesmo que tiveram de pagar por fora a um funcionário para arranjar uma vaga.
Em declarações à TSF, Lino Maia, presidente das IPSS - Instituições Particulares de Solidariedade Social, diz que é difícil falar em números exatos até porque há idosos inscritos nas listas de espera de mais que um lar, mas estima que sejam 10 mil os que atualmente aguardam por uma vaga.
O presidente das IPSS diz que a lista de espera não tem aumentado muito nos últimos tempos sobretudo devido às famílias que optam por tomar conta dos idosos em casa. Lino Maia refere ainda que tem aumentado o número de pessoas ou empresas contratadas para ir a casa dos idosos tratar deles.
Em números revelam que, enquanto esperam por vaga, 38% dos familiares assumiram os cuidados do idosos, 30% contrataram uma pessoa ou uma empresa para os cuidados e 26% limitaram-se a esperar pela vaga. 33% dos idosos opuseram-se à ida para o lar.
A Deco pede ao Governo que expanda a Rede Nacional de Cuidados Continuados Integrados com equipas aos domicílio que apoiem as famílias.
Mas mesmo quando a vaga é obtida, os problemas não estão obrigatoriamente resolvidos.
A maioria mostra-se satisfeita com o serviço mas há problemas: 44% queixam-se que faltam atividades de lazer. Atividades que chegaram, em muitos casos, a estar previstas nos contrato.
Depois, não é raro encontrar falhas nos medicamentos ou casos de falta de higiene. As falhas nos medicamentos atingiram perto de 20 por cento dos idosos, tal como os casos em que um idoso faltar a uma consulta médica.