A Direção Geral da Saúde (DGS) alertou hoje que o país está muito próximo de ultrapassar as temperaturas máximas históricas e revelou que o calor já aumentou a procura das urgências hospitalares.
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Em conferência de imprensa conjunta entre a DGS e o Instituto Português do Mar e da Atmosfera e o Instituto Nacional de Saúde Dr. Ricardo Jorge (INSA), o diretor-geral da Saúde, Francisco George, chamou a atenção para o risco de excesso de mortalidade que estas temperaturas podem trazer, sobretudo para idosos com mais de 75 anos e portadores de doenças crónicas.
O responsável adiantou que os serviços de saúde já acionaram o plano de contingência para o calor e revelou que já está a haver um aumento da procura das urgências hospitalares devido às altas temperaturas.
Para sábado estão previstos mais de 41 graus em Lisboa, valor que se aproxima do máximo histórico atingido na capital que foram 42 graus em 2003, ano em que uma onda de calor provocou um valor total de excesso de óbitos perto dos 2.000, segundo Carlos Dias, do INSA.
Segundo Francisco George, estas temperaturas colocam o país «perto de entrar numa onda de calor, que não foi decretada ainda, mas que a todo o momento pode mudar».
Por isso, sublinha que de entre todas as recomendações para fazer face aos riscos para a saúde das temperaturas extremamente elevadas, «beber água sem ter sede é absolutamente essencial, assim como ficar em casa em zonas mais frescas e na penumbra, com as persianas corridas».
A exposição direta ao sol deve ser evitada, sobretudo entre as 11:00 e as 18:00, porque pode haver um pico de calor ao fim da tarde.
A DGS recomenda especial atenção e acompanhamento de doentes crónicos, idosos, crianças, grávidas, mas também de vizinhos e pessoas que vivem sozinhas.
O uso de protetor solar, de roupa solta e opaca, óculos de sol e chapéus de abas largas é igualmente aconselhado, da mesma fora que se recomenda que se evitem esforços físicos ao ar livre e viagens de carro nos períodos de maior calor.
A DGS avisa que os trabalhadores com atividade exterior se incluem no grupo de risco e que «as entidades patronais têm que ter em conta esta medida».
Para já, as previsões disponíveis dizem respeito aos próximos dois dias, mas durante o dia de hoje está previsto que o IPMA alargue a previsão aos dias seguintes, sendo expectável que estas temperaturas se mantenham, pelo menos até meados da próxima semana.
Aliás, Jorge Miranda sublinhou que este ano tem ocorrido um conjunto de situações que se afastam dos cenários climáticos expectáveis, de que é exemplo não só este calor, como as variações abruptas de 10 graus, que já aconteceram 10 vezes este ano, e que é um fenómeno «raro de acontecer».